sexta-feira, setembro 10, 2010

Quando seremos mais nós


Esse texto foi escrito dia 02/06/09 durante uma aula de Português II: desenvolver crônica.

Quando seremos mais nós? Quando tudo ao nosso redor fará menos impacto e teremos mais foco em nossas coisas? Quando teremos momentos nossos; aqueles que de sorriso esticado corremos de braços abertos sem destino pela relva, sob um o arco-íris que anuncia uma chuva de verão, que nos fará correr mais rápido ainda, de mãos dadas... Em direção ao infinito. O vento no rosto é sonho pai, sabia? Procuro incansável e diariamente uma resposta para essas questões que tanto me afligem, um sentido ao que me tira de mim. Os dias passam, os acontecimentos se sucedem, o relógio nos controla; ao olhar como tudo prossegue, sinto-me fraco, sem poder de reação perante o que me envolve – ou seria o que me engole (!)?
Tento, procuro, observo fraquezas ao meu alcance, mas não as consigo mudar; por mais simples que elas sejam, a situação em que já me encontro ata minhas mãos, tornando-me impotente pra qualquer reação. Preciso de uma saída, nem que seja uma rápida fuga, qualquer coisa... Mas logo, por favor! Dê-me algo novo, preciso de uma novidade, uma conquista, uma emoção forte. Algo que novamente alimente meu tesão, me dê prazer e satisfação em atos e coisas simples. Mudamente simples. Preciso de tudo, preciso do mundo, preciso de todos, preciso do desconhecido pra me preencher, preciso até de você para ser feliz. Talvez quando isso acontecer, a poesia será sinfonia e descerei a Vinícius feliz da vida, entoando pelos lábios seus tons certos no verão. Preciso da mulher que faça meu corpo pulsar, nervoso nos segundos que antecedem nosso encontro de olhares, que se arrepie com o mero toque de suas unhas em minha nuca que descem pelo peito. Que seja como uma droga que me faz irradiar a todos a felicidade que borbulha e transborda em meus pensamentos e mente, que nesse momento brincam como Peter Pan e os Garotos Perdidos; articulando gracinhas entre sorrisos às Sereia final de tarde envolvidos em mil tons acalantado pelas ondas; apontando estrelas ao som de canções já esquecidas, sob a clareira de uma fogueira que deixa sombras de histórias, vitória e glórias com os Índios que dançam; enchendo a cara com os Piratas, inimagináveis poetas bêbados, pondo a andar na prancha qualquer um contrário a essas idéias. Preciso sair desse martírio, esquecer barulho de tiro e desilusão. Preciso me libertar, respirar mudanças. Preciso de tanto, de tantas coisas, tantos motivos; e ao mesmo tempo tão fácil, todos reunidos em um só contexto. Preciso sim, ouvir o Ben, dizendo que ela ligou novamente, não está mais zangada comigo e me espera com duas passagens (só de ida) para a Terra do Nunca.



Chris Isaak, Can't Do a Thing (To Stop Me)

"And you can't do a thing... To stop me
No you can't do a thing... To stop me
Try..."




Yan