sexta-feira, março 30, 2012

Think Green!



Produção em massa, despreocupação ambiental, visão de curto prazo, governantes negligentes... O contexto no qual estamos inseridos compromete bastante a qualidade de vida das futuras gerações. Para suportar o ritmo acelerado de destruição que nós presenciamos, seriam necessários mais alguns planetas Terra repletos de natureza e águas límpidas.

A sociedade extremamente consumista que foi formada nos últimos anos é resultado de equivocadas decisões entre economistas, governantes e pensadores que, ao longo de algumas recessões econômicas, fizeram o sistema financeiro repensar seus objetivos, como a crise que abalou o mundo em 1929, quando propuseram como solução o consumo desenfreado. Ao invés de criarem esforços para estimular as pessoas a conviverem num mundo mais virtuoso, com mais gratidão, mais tolerância e com menos indiferença, a palavra da vez foi outra: COMPREM!

A quem culpar pelo rumo que nosso planeta está tomando?

É necessário colocarmos a mão em nossa própria consciência e compreendermos que os culpados somos nós mesmos, direta ou indiretamente.

Sem perceber, somos alienados e seduzidos a adquirir cada vez mais bens materiais NÃO necessários que nos dão falsos status e nos estereotipam como “bem-sucedidos”, e mal percebemos que tudo isso não passa de uma atitude subdesenvolvida chamada consumismo. Neste sistema falho, quem não possui nem compra muitas coisas, não tem valor!

O tema sustentabilidade vem ganhando cada vez mais importância, devido ao nível de preocupação ambiental que estamos vivendo. Porém as atitudes necessárias para mudar a concepção global a respeito do assunto evoluem vagarosamente, quase que engatinhando... Talvez seja tarde demais quando realmente captarmos a importância de defendermos a proteção do meio ambiente, consagrado por nossa Constituição da República como "bem de uso comum do povo". Ou seja, a sua elevação como um bem jurídico, sendo um bem de interesse difuso. A defesa do meio ambiente não está adstrita somente ao Ministério Público (através das ações populares e ações civis públicas), mas transcende a TODOS aqueles que desejam exercer a SUA defesa, o que contribuiria muito para maior fiscalização e zelo com a questão ambiental...

Aproximadamente 95% das coisas que nós cultivamos, processamos, transformamos viram lixo em apenas 6 meses. Como é que poderemos gerir um planeta dessa forma? É necessário deixar claro que essa concepção foi construída após a 2ª Guerra Mundial, em 1955, o analista de vendas Victor Lebow articulou a norma que serviria de solução para todo o sistema:

"Nossa enorme economia produtiva, exige que façamos do consumo a nossa forma de vida. Que tornemos a compra e o uso de bens em RITUAIS, que procuremos a nossa SATISFAÇÃO ESPIRITUAL e a SATISFAÇÃO DO EGO DE CONSUMO. Precisamos que a s coisas sejam consumidas, destruídas, substituídas e descartadas a um ritmo cada vez maior". (Journal of Retailing, Spring)

As grandes corporações ainda estão pouco comovidas com os perigos do futuro, precisamos adequar sistemas de produção, lucratividade, de maneira a respeitar os valores sociais e ambientais de forma ética e cautelosa. É imprescindível a participação, a interferência de nossos governantes com mais vigor. E não se tornarem omissos, indolentes e fantoche$ das grandes corporações.

Precisam ser mais cobrados/responsabilizados com mais intensidade em suas gestões na infra-estrutura: na adequação do nosso sistema de saneamento básico, tratamentos de esgotos e trabalho de reciclagem (infelizmente esse método é apenas uma ponta do iceberg, pois para cada objeto reciclado outros 300 iguais estão sendo construídos por essa indústria falha).

É necessário dar ênfase a educação ambiental, criarmos medidas de proteção ao meio ambiente que sejam de fato eficazes, buscarmos energia renovável, química verde, reciclarmos e replantarmos. Tudo isso com o intuito de alcançar o desenvolvimento sustentável, que nada mais é do que suprir a demanda de nossa geração, sem prejudicar a capacidade das demais.

As questões como o aumento da população mundial, as mudanças climáticas e a escassez de água potável são grandes desafios que relevam a importância do desenvolvimento sustentável. Vamos possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível equilibrado de desenvolvimento social e econômico. E vamos repensar nossa trajetória no planeta e adaptar novos hábitos, novas tecnologias em prol de um mundo mais satisfatório.

Será que precisamos de um maior abalo para começarmos a agir com consciência? É irracional tentarmos operar em um sistema linear num mundo finito indefinidamente. Estamos em um estágio de exploração desenfreada que pode nos custar caro.

Temos outra chance de mudar bastante clara a nossa frente, no dia 13 a 22 de Junho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro com a Rio+20. Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável. Carrega esse nome pois é a marca dos vinte anos de realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92) e deverá contribuir para estabelecer uma agenda do desenvolvimento sustentável para as próximas décadas. Será que a crise europeia vai ter força novamente pra embarreirar os principais pontos que podem ser discutidos? Será que vão dar prioridade novamente ao lucro e a materialidade que é construída sob forte esquema de enganosa propaganda?

Tenho uma grande vontade que esse evento traga uma mudança concreta na concepção global sobre o tema, porque nesses 20 anos parece que caminhamos em câmara lenta... Falando nisso está prestes a ser votado o novo Código Florestal, espero que nossa presidenta Dilma seja sensata na sua escolha, e não apoie aqueles que querem degradar ainda mais o Brasil.

Se quisermos deixar um mundo para nossos filhos, precisamos parar. Nós podemos!


"Quando a última árvore tiver caído,

quando o último rio tiver secado,

quando o último peixe for pescado,

vocês vão entender que dinheiro não se come".


Abaixo segue mais um retrato da minha indignação por ter um grande apreço pelo local...



Pedro

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